A clínica do acompanhamento terapêutico avança novos territórios e tem sido cada vez mais requisitada no campo do envelhecimento por proporcionar um espaço privilegiado de escuta e de construção de projetos àqueles que muitas vezes se encontram desesperançosos e sem perspectiva de vida.

Essa clínica do AT com idosos ainda é pouco usada e pouco conhecida, mas muito potente e podendo gerar bons resultados. A expectativa de vida tem aumentado cada vez mais e cada vez mais se tem pensado no cuidado diferenciado e na melhoria da condição de vida dessas pessoas tornando a vida mais significativa e atrativa.

 O AT entra na casa, participa do dia a dia e pensa em formas criativas de trazer vida, escuta e esperança ao cotidiano dos acompanhados promovendo ressocialização a idosos que encontram-se com pouco convívio social e sem conseguir realizar atividades, sem autonomia e muitas vezes devolvendo ao idoso a condição de sujeito.

O trabalho do AT pode também acontecer com idosos com questões de saúde muito sérias, nesses casos, vamos entrar para pensar e promover algum tipo de qualidade de vida ao acompanhado e sua família.  Também acompanhamos idosos que demonstram o desejo de retomar suas vidas ou recomeçar novos projetos. O AT pode também ocorrer com o idoso que vive sozinho, e precisa de alguém para auxiliar no gerenciamento de sua vida.

O AT tem um papel fundamental na escuta dos cuidadores, que muitas vezes sentem-se sozinhos, sem amparo e sem saber o que fazer. É fundamental que o AT possa oferecer esse suporte aos demais profissionais que acompanham a pessoa.

Importante perceber que nosso trabalho diferencia e muito do trabalho do cuidador que está ali muitas vezes para realizar tarefas que a pessoa não consegue executar sozinha. O AT entra para promover escuta autonomia e qualidade de vida, devolvendo sonhos, desejos e tudo isso fazendo junto.

Sara Letícia Bessa